Esse curta raro de 1997 mostra o papel de uma ponte muito especial num remoto vilarejo nas montanhas do Quirguistão. A ponte de cordas serve como único elo dos habitantes com o resto do mundo. Pessoas, animais e produtos cruzam o rio numa plataforma que deve ser movida pela força dos braços para atingir a outra margem. Por alguma razão que não sabemos, é chamada pelos locais de “Ponte do Diabo”.
O diretor Temir Birnazarov se perguntava se a ponte conecta ou separa. Questão dialética que, afinal, diz respeito a toda e qualquer ponte. Ele documentou também alguns hábitos dos aldeões, com um olhar afetuoso para crianças e animais. De tão rudimentares que são as práticas no lugar, o filme parece retratar uma realidade bem mais distante no tempo do que há meros 23 anos atrás.
Birnazarov, 55 anos, é um diretor, escritor e produtor quirguiz. Ele começou dirigindo curtas premiados como esse, que ganhou láureas e menções nos festivais de Clermont-Ferrand e Yamagata. Mais tarde, Birnazarov realizou seus primeiros longas, como Belgisiz Marshrut (Rota Desconhecida) e Tunku Kyrsyk (Acidente Noturno), com o qual ganhou o Grande Prêmio no Festival de Cinema da Noite Negra, na Estônia.